9 de abr. de 2011

Comentário Teológico de ICo 11:5



APRESENTAÇÃO



Neste comentário, procuramos refutar, algumas falácias concernentes ao uso do véu e o corte de cabelo, no contexto de Corinto.
Paulo enfatiza algumas determinações alusivas ao assunto, como princípios morais e eternos ou como princípios circunstanciais? Teríamos algum respaldo, à luz da Hermenêutica Bíblica, para determinar o uso do véu para os dias atuais? Seria uma falta de decência, das mulheres cristãs a não utilização do véu?
Porque as mulheres judaicas usavam o véu? E as Helênicas não usavam? E porque era proibido as mulheres contemporâneas do Apóstolo Paulo de terem os cabelos rapados?
Transliteração

PROS KORINTHIOYS A PASA DE GYNE PROSEYCHOMENE HE PROPHETEYSA AKATAKALYPTO TE KEPHALE KATAISCHYNEI TEN KEPHALEN AYTENS;


TRADUÇÃO LITERAL

Toda mulher orando ou profetizando descoberta com a cabeça desonra a cabeça dela;”


EXEGESE TEOLÓGICA


Neste trecho o vocábulo mais discutido é sobre a questão do uso do véu; o que o apóstolo Paulo quis nos ensinar? Seria este um ensino de valores eternos ou circunstanciais? E qual a utilização do uso do véu hoje?

  • Primeiro: À luz do contexto. O escritor fala sobre uma hierarquia na criação I Co 11:3, ordem na criação I Co 11:7-9.

  • Segundo: Discorrendo no contexto cultural, observamos que, a cidade de Corinto era estrategicamente estabelecida; foi uma autêntica metrópole, abrigando judeus, gregos e romanos. Portanto, havia uma miscigenação de raças e de culturas.

A cidade fornecia mais divertimento e opções culturais que outros portos menos importantes. Lá ficava o único anfiteatro (uma construção romana) da Grécia com capacidade para mais de 20.000 espectadores. O grande templo de Afrodite, sendo a deusa identificada com a lascívia e com a prostituição cultural, seu templo abrigava mais de 1.000 prostitutas.
A cultura de Corinto não era judaica, mas grega e fortemente influenciada pelos viajantes romanos que lá passavam. Portanto eles se vestiam, comiam e se portavam diferentes dos judeus.

  • Terceiro: O uso do véu.

Para os judeus era um costume antigo, que representava a decência das mulheres; cf Gn 24:36 – Submissão das mulheres.

  • Quarto: No caso de Corinto, temos um costume das prostitutas( sacerdotisas do templo de Afrodite ) terem a cabeças rapada, e também as mulheres gregas que não se prostituíam tinham o cabelo comprido, porém não usavam o véu. Então concluímos; numa cultura a não utilização do véu poderia ser motivo para o divórcio, também poderia ser uma forma de lamento, ter a cabeça rapada, ou indicar uma mulher culpada de adultério, seria também chipre rapar a cabeça.
  • As sacerdotisas do templo de Afrodite raspavam a cabeça e conforme um costume local, elas teriam que se entregar a algum desconhecido sexualmente, uma vez por ano ( havia em Corinto mil prostitutas – sacerdotisas de Afrodite ).

  • Quinto: Enfatizamos, que Paulo não ensinava nesta passagem bíblica, princípios morais eternos, e assim circunstanciais, ou seja, cultural. O ensino era que, por uma questão de coerência, aqueles que quisessem manter a tradição do uso do véu hebraico deveriam também preservar o uso dos cabelos compridos presentes na cultura helênica.

Segundo o escritor Ricardo Gondim “Isto porque, da mesma forma que uma mulher sem o véu era considerada prostituta pelos judeus, uma mulher com a cabeça rapada era tida como meretriz pelos gregos”.
A decência nesta questão não seria o comprimento do cabelo, nem tão pouco o uso do véu. E sim a decência com que a mulher se apresentava na igreja e na sociedade.
É possível, encontrar ainda hoje, em pleno século XXI, seguimentos religiosos diversos que respaldando-se na sua cultura,cosmovisão religiosa ou na interpretação de trechos bíblicos sem considerar o seu contexto, criam normas,regulamentos para legitimar nos seus seguidores mecânismos de controle.Doravante,é preciso pois,respeitar os costumes de cada seguimento religioso,ou seja, aqueles que proibem por exemplo: o corte de cabelo para as mulheres, ou o uso de calças compridas, sem contudo condicionar ou até mesmo atrelar a salvação de uma alma a observância irrestrita aos mesmos. Pois, conforme o conceito paulino “não vem das obras para que ninguém se glorie”.
Segundo a Hermenêutica Bíblica, devemos interpretar o texto dentro dos contextos: Histórico,geográfico,sintático,gramátical,lexicológico,teológico e doutrinal.Portanto,a lei geral diz: “Que um texto fora do seu contexto, servi de pretexto”.
Não há qualquer restrição bíblica, hoje quanto ao corte de cabelo ou a proibição do uso de calças comprindas para mulheres. Deve-se respeitar o contexto religioso e cultural que o seguidor(a) estão inseridos. Entretando, salientando sobretudo que, nenhuma tradição, norma cultural está acima das Escrituras sagradas.








REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

  • Chave Lingüística do Novo Testamento, Vida Nova, 2003. SP.
  • É Proibido o Que A Bíblia Permite e a Igreja Proíbe, Editora: Mundo Cristão, 1998. SP.
  • Léxico do Novo testamento, Grego/Português, Vida Nova, 2000. SP.
  • Minidicionário da Língua Portuguesa, Aurélio Buarque de Holanda, Editora Nova Fronteira, 2000. RJ.
  • Novo Testamento Grego Analítico, Vida Nova, 1987. SP.
  • Pequena Gramática do grego Neotestamentário (Coinê), 8ª Edição, 1998: CEIBEL. MG.
  • Seitas Proféticas, JUERP, 5ª Edição, 2001. RJ.
  • Vida Cotidiana nos Tempos Bíblicos, Editora Vida, 201. SP.

8 de abr. de 2011

OS PERÍODOS ARQUEOLÓGICOS DA PALESTINA (Do Neolítico até a Idade do Ferro)


   Para Mazar ( 2003:51 ),a terminologia para os períodos mais remotos na palestina é baseada na periodização mundial mantida desde o trabalho de 1819 do arqueólogo dinamarquês Ch.J Thomsen.
Trata-se do sistema de Três Idades,que divide os períodos remotos em três unidades principais: Idade da Pedra, Idade do Bronze e Idade do Ferro.
     Segue-se abaixo uma tabela elaborada pelo arqueólogo israelense Amihai Mazar:
















Em função da disponibilidade do tempo apresentaremos uma síntese, a partir do período calcolítico.Este período se estendeu pelo fim do quinto e a maior parte do quarto milênios a.C.

O termo “calcolítico” baseado no grego chalkos,(cobre) e lithos (pedra), marca o aparecimento do cobre – o primeiro metal usado pelo homem.
  • Principal cultura – é a Gassuliana ( uma referência a Teleilat Ghassûl, verificar a posição no mapa, pois, este é o sítio-chave desse período),com 200 mil metros quadrados de área, localizado em uma encosta, elevando-se acima da costa oriental do Mar Morto.Neste sítio arqueológico foram encontrados vários artefatos que retratavam o estilo de vida, estrutura familiar, sistema de culto e etc.
  • Características: As casas eram planejadas arquitetônicamente – eram conectadas umas às outras em suas estreitas laterais.Segundo o autor acima citado, era para criar diversas cadeias paralelas de casas com espaços abertos entre as cadeias.As casas mediam cerca de 3,5m x 12m. As cadeias de casas serviam a uma família nuclear.( Encontraram de 20 a 50 casas nos assentamentos maiores dessa região , eram casas retângulares maciçamente construídas com grandes pedras de basalto e pavimentadas com pedras).
  • Assentamentos: em linha geral, ficavam em áreas como o deserto da Judéia, as colinas de Golã e Teleilat Ghassûl.
  • O templo em Engadiem si era uma “sala larga” medindo cerca de 5m x 20m, com a entrada na longa parede de frente para o pátio. O templo representava a casa do deus. Um Santo dos Santos – uma instalação em forma de ferradura com com uma pedra polida a prumo.Ossos e cinzas de animais encontrados em covas circulares eram os remanescentes dos sacrifícios ali feitos, e os bancos no templo serviam para oferendas. O conceito da “sala larga”no templo em Engadi era o começo de uma tradição de aquitetura religiosa na Palestina, que deveria persistir até pelo terceiro milênio a.C. Até o fim da Idade de Bronze Antigo.
  • A indústria de cobre e a “Caverna do Tesouro”a mais sofisticada indústria de cobre. Diversos objetos feitos desse material foram descobertos em assentamentos:cabeças de machados em Teleilat Ghassûl e diversas cabeças de maça e outros artefatos na região da Barsabéia.
  • Em 1961 a descoberta feita por P.Bar-Adon do depósito de metais na “Caverna do Tesouro”em Nahal Mishmar, uma distante caverna sobre a face de um penhasco no Deserto de Judá, foi revolucionária.O bem oculto depósito incluía 436 objetos de cobre,enrolados em uma esteira. Estavam excepcionalmente conservados devido às condições climáticas extremamente secas.Estes objetos eram bem feitos e ilustravam uma sofisticada tecnologia de fundição de metal.

Idade do Bronzehá uma discordância entre os estudiosos com relação da utilização deste metal no sentido moderno ( liga de cobre e estanho, ou de cobre e manganês ) ainda não existia na época.Outros, porém, defendem a remota utilização.As datas desse período oscilam ente 3300,3000 e 1200 a.C.

Mudanças de grande alcance ocorreram em todo o antigo Oriente Próximo:
Tanto no Egito faraônico como na Mesopotâmia sumeriana – desenvolveram civilizações literárias, caracterizadas por um complexo governo e pelas hierarquias religiosa, administrativa e social.( Ambas as civilizações desenvolveram um sistema de escrita, bem como de arquitetura e arte monumentais.

  • Características: Casas redondas, estruturas curvilíneas ou elipsada – pode representar uma tradição estrangeira ( possivelmente leste da Anatólia ).
  • Costumes funerários:  As famílias eram enterradas na mesma caverna artificial ou natural juntamente com uma variedade de oferendas: vasos de cerâmica, jóias e objetos de metal.
  • Assentamentos: Numerosos foram encontrados no período do BA I,que estavam estabelecidos nas regiões férteis do país: a planície costeira, Sefelá, vale do Jordão dentre outros.
  • Economia: Novas culturas foram introduzidas, especialmente a horticultura, nas regiões montanhosas; uvas e figos ( podem ter sido plantadas pela 1a vez durante esse período ).
  • Sítio-chave: é o Tel Erani ( BA I ), atingiu uma área de quase 200 mil metros quadrados.
  • Cultura urbana : ( BA II e III – aprox. 3050 – 2300 a.C. ), encontraram: Cidades fortificadas, com edifícios públicos, como templos, palácios, celeiros e reservatórios de água, ilustram esse processo.
  • Fruticultura evoluida: Os estudos paleoambientais encontraram uvas, tâmaras, figos, romãse resmanecentes de azeitonas.
  • Fortificações: muros simples de pedra, com entre 3 e 4 metros de largura, cercavam cidades ( exemplo: Arad, Meguido, Jericó , dentre outras ), torres em forma de ferrraduras e semicirculares.
  • Período dos patriarcas : comparando as narrativas bíblicas com relação as cidades fortificadas, a ambientação do antigo Oriente Próximo – peregrinação de Abraão.Ademais, o arquivo de Mari fornece informações sobre a estrutura social e ao comportamento do cotidiano da época e os arquivos de Nuzi.
  • Opressão da dominação egípcia: ( aprox. 1550 – 1200 a.C. ) é necessário neste contexto estudar os antecedentes históricos – expulsão dos hicsos, reunificação do Egito dentre outros ).
Idade do Ferro – Compreende o período de 1200 a 300 a.C.aproximadamente.

Neste período, surgiram mudanças significativas:

  1. O sistema cananeu de cidades-Estados foi substituída por uma estrutura etnopolítica – em que diversas regiões do país foram habitadas por diferentes povos. ( Assim, na Palestina Ocidental havia israelitas, filisteus e outros povos do mar correlatos, além dos resmanecentes da população cananéia nativa.
  2. Período dos Juízes : Os filisteus foram os primeiros a utlizarem o ferro.Os israelitas se expandem como nação.Período de conturbações internacionais.
  3. Divisão do reino
  4. Cativeiro Assírio ( Sargão II ).
  5. Destruição do templo de Salomão ( aprox. 586 a.C. )
  6. Utilização de cerâmica bicolor.
  7. Costumes funarários: foram identificados desde sepulturas simples, vasos esquifes, sepulturas em rochas e urnas dependendo do contexto histórico.
  8. Arquitetura das habitações: Predominancia de casas com pilares.


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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:




CHAMPLIN,R.N. Enciclopédia de Bíblia,Teologia e Filosofia.Volume III.7a edição.Editora:Agnos.São Paulo,2004.
MAZAR,Amihai. Arqueologia na Terra da Bíblia. Editora: Paulinas, São Paulo, 2003.
PRICE,Randall.Pedras que clamam,2a edição, Editora: CPAD, Rio de Janeiro, 2003.

THOMPSON, DR.John A .A Bíblia e a Arqueologia,Editora: Vida cristã, São Paulo,2004.



3 de abr. de 2011

ANÁLISE DO FILME ( Documentário ): Uma Verdade Inconveniente


Este filme é um documentário incontestável sobre uma das maiores crises desses últimos tempos. Pois, ele é uma alerta para todos nós.Independentemente da classe social, étnia, opção sexual, convicções religiosas, culturais, valores e etc. Ademais, trata-se de uma exortação para os “civilizados” se sensibilizem das questões que determinarão o futuro ou não da humanidade.
Uma Verdade Inconveniente, aborda temas polêmicos, que faz parte do cotidiano de todos seres humanos, e que é imprescindível, não apenas para o enriquecimento intelectual, mais sobre tudo para nortear e mobilizar a todos ,no que diz respeito a criação de meios, para diminuição do aquecimento global.
Os temas mais enfatizados na película, são:
  1. Aquecimento global;
  2. Política governamental;
  3. Efeito Estufa atmosférico;
  4. Ecologia humana;
  5. Política ambiental;
  6. Proteção ambiental, dentre outros.
No aspecto pedagógico , poderá ser trabalhado no sentido interdisciplinar, pois, está permeado de diversas leituras:

  • Leitura de conteúdos;
  • Leitura dos elementos sonoros;
  • Leitura dos elementos visuais;
  • E leitura externa.
O autor, Al Gore tenta através da película, sensibilizar o mundo, citando em primeiro lugar, um testemunho pessoal – o acidente de seu filho.Sendo assim, relata a importância das escolhas de prioridades, fazendo assim, uma analogia: Prioridade ( família ) e a crise do aquecimento global ( questão de sobrevivência ),neste filme- documentário, encontramos vários argumentos que são apresentados pelo o mesmo autor, para despertar a sociedade que “ o tempo não pára” e a destruição que o meio ambiente tem sido afetado de forma gritante, a necessidade de uma resposta urgente tornou-se mais aguda.
Há alguns fatos, que são apresentados para legitimar a ideia central, do autor supra citado;

  • Dados históricos
  • Elementos visuais ( fotografias dos derretimentos das geleiras, dos furacões, das inundações, extinção de algumas espécies de animais, da excassez da água potável e etc ).
  • Dados científicos ( registros do aumento gradual da temperatura terrestre.Segundo os cientistas um dos fatores que tem contribuido é o uso de combustíveis fósseis e outros processos em nível indústrial, que levam à acumulação na atmosfera de gases propícios ao efeito estufa, tais como: o dióxido de carbono, o metano, o óxido de azoto e os CFCs.
Há décadas que se sabe da capacidade que o dióxido de carbono tem para reter a radiação infravermelho do sol na atmosfera, estabilizando assim temperatura da terrestre por meio do efeito estufa, mas, ao que parece, isto em nada preocupou a humanidade que continuou a produzir enorme quantidade deste e de outros gases efeito estufa.
O Brasil, paulatinamente tem feito a sua parte com projetos como o etanol, biodiesel, a diminuição do desmatamento, mas, a atmosfera é aberta, é preciso que todos os países façam a sua parte.
Apesar de ser identificado as causas e consequências do aquecimento global, muitos não se sensibilizam e a verdade evidente torna-se inconveniente. Entretanto, há uma outra verdade que nunca os seres humanos deveriam menosprezar: “ O que adiantaria as riquezas, todos os bens possíveis, se não existisse mais planeta? Onde viveremos? Mas, o mundo Capitalismo tem impregnado em muitos países a busca desregrada pela riqueza, sem ponderar, por vezes, as consequências que estarão trazendo para a nossa grande casa ( o Planeta ).
Segundo o autor acima citado, ainda há esperança para o nosso planeta. Contudo, é necessário a conscientização para prática de coisas simples da vida, como por exemplo: Evitar pavimentar todo o terreno de nossa residência ( se morar em casa ), plantar mais árvores, reduzir a quilometragem rodada, caminhar mais, andar de bicicleta, fazer rodízio de carros ou usar o transporte público sempre que possível.
Aprenda mais sobre as mudanças climáticas, informe os outros; Incentive sua escola ou sua empresa a reduzir as emissões; Participe da política, pois, a mudança climática é uma questão global; Apóie um grupo ambientalista.


Referência Bibliográfica:




GORE, Albert. Filme: Uma verdade Inconveniente.