20 de mar. de 2011

ANÁLISE DO FILME “A ESCOLA DA VIDA"


Na película (filme),fica evidente que o professor de História atende com a realidade curricular,pois, ele procura estimular os alunos levando-os a desenvolverem em todo o momento o protagonismo.Há uma dinâmica interessante em que todos os educandos são desafiados a se tornarem seus próprios mestres.Assim sendo, o professor sai do pedestral do “detentor da verdade”,trabalhando o conhecimento prévio dos alunos e provocando-os a interagir constantemente.
Neste contexto o educador tem liberdade de incultir nos educandos valores intagíveis,tais como: Respeitar as diferenças, primar a tolerância e a transformação contínua em melhores-flhos e filhas em sintese ,cidadãos melhores.
Em relação as estruturas das múltiplas relações: Família x escola,professor x aluno, aluno x aluno e professor x professor,percebe-se em primeiro lugar: Uma total ausência dos pais na educação dos filhos, e o filme também denuncia a falta de participação e presença dos pais nas unidades educacionais.Em segundo lugar,a relação professor x aluno era em linha geral,um tanto conflitante.pois, é possível verificar a insatisfação, na ausência de empatia e nas atitudes de ambos ( educadores e educandos ).A falta de respeito e o autoritarismo imperava nessa relação.
Com relação aos alunos,havia um convívio tolerável no contexto geral.Pois, a violência, o egocentrismo não fazia parte desta realidade.A relação professor x professor, no primeiro momento do filme fica explícito na fala da professora de Gramática uma atitude preconceituosa com relação a professora de Artes,quando disse:”...Que os alunos eram amáveis para com ela, porque também ensinava Artes”.O docente de Ciências entendia que o professor de História queria mesmo era ser o “Holofote”.Assim sendo, em suma a relação inter-pessoal era muito difícil, e necessitava de uma reflexão que levassem todos a repensar e analisar seus valores.Algo,que aconteceu no segundo momento do filme,após a descoberta do caráter e da doença do mestre de História.
As diciplinas que foram oferecidas pela unidade educacional do filme,tais como:Gramática,Ciências,Matemática,Educação Fisica e História evidencia uma educação tradicionalista,em que os alunos não eram estimulados a se tornarem seres criticos,cabeças pensantes, e sim em reprodutores de conhecimnto ( informação ).Assim, aquela estrutura corrícular atendia a necessidade da escola.
Os métodos utilizados para apresentação dos conteúdos foram diversos: Aulas expositivas,dramatizações,debates,oficinas pedagógicas,aulas extra-classe.
Em linha geral, a estrutura e o funcionamento da escola que a película apresenta, é bem diferente da realidade brasileira. A estrutura física era bastante confortável,o tamanho das salas, a quantidades de alunos por sala, o espaço para o entretenimento dentre outras acomodações.Com uma ressalva,a falta de uma rampa de acesso para pessoas com dificuldades de locomoção.

13 de mar. de 2011

MÉTODOS NA PESQUISA EM ANTROPOLOGIA

  • Considerando os dois campos de pesquisa de investigação da Antropologia ( o biológico e o cultural ), è necessário distinguir entre método e técnica pertinentes a cada um deles.


  • O que é método?

É “um conjunto de regras úteis para a investigação, é um procedimento cuidadosamente elaborado, visando provocar respostas na natureza e na sociedade gradativamente;










Sintetizaremos os métodos desta forma:

  1. MÉTODO HISTÓRICO:




Consiste em investigar eventos do passado, a fim de compreender os modos de vida do presente, que só podem ser explicados a partir da reconstrução da cultura e da observação das mudanças ocorridas ao longo do tempo.Nessa análise histórica, a cultura do homem é desvendada.

Ex: Origem e mudança da sociedade Xavante.


  1. MÉTODO ESTATÍSTICO:

Método muito utilizado tanto no campo biológico, verificando as variabilidades das populações, quanto no campo cultural, levantando diversificações nos aspectos culturais.
Os dados, depois de coletados, são reduzidos a termos quantitativos, demonstrados em tabelas, gráficos, quadros etc. Dessa maneira, podem-se verificar a natureza, a ocorrência e o significados dos fenômenos e das relações entre eles, tanto de natureza biológica quanto cultural.

Ex: Dimensão do corpo humano, grupos sanguineos, variedades de religiões, diversificações de habitações.


  1. MÉTODO ETNOGRÁFICO :


Refere-se à análise das sociedades, principalmente das primitivas, ou ágrafas e de pequena escala.Mesmo o estudo descritivo requer alguma generalização e comparação implícita ou explícita. Tem a finalidade de conhecer melhor o estilo de vida ou a cultura específica de determinados grupos.
Ex: Estudo dos índios do Alto Xingu e dos Yanomami de Roraima.

  1. MÉTODO ETNOLÓGICO OU COMPARATIVO:


Amplamente empregado tantos pelos antropológos físicos quanto pelos culturais. Este método permite verificar difernças e semelhanças apresentadas pelos materiais coletados.
A Antropologia Física compara aspectos físicos, populações extintas, através dos fósseis, ou grupos humanos existentes, analisando características anatômicas: Cor da pele, dos cabelos , grossura dos lábios etc.

Ex: Através do estudo dos fósseis, é possível verificar a evolução dos hominídeos, a distinção entre o homem e o primata. A análise de populações vivas possibilita constatar as diferenças raciais.
O método comparativo, utilizado pelo antropológo cultural, compara padrões, costumes, estilos de vida, cultura do passado e do presente, ágrafas ou letradas.( para obter melhor compreensão desses grupos).

Ex: populações indígenas, rurais e urbanas.
Instituição( família, religião, política, econômia), usos e costumes, linguagem, habitações, meios de transportes etc.


  1. MÉTODO GENEALÓGICO:


Permite o estudo do parentesco com todas as suas implicações sociais: Estrutura familiar, relacionamento de marido e mulher, pais e filhos, e demais parentes; informações sobre o cotidiano, a vida cerimonial ( nascimento, casamento,morte ) etc.

Através do levantamento genealógico, não apenas o pesquisador terá a confirmação dos dados já observados, mas também novas informações poderão vir à luz.

Obs: É necessária a presença de um informante que revele nomes das pessoas, a filiação clânica, sua posição dentro da estrutura social, e o relacionamento entre as pessoas, indivíduos ausentes ou já falecidos.

  1. MÉTODO FUNCIONALISTA:


Refere-se ao ao estudo das culturas sob o ponto de vista da função, ou seja, ressalta a funcionalidade de cada unidade da cultura no contexto cultural global.

Ex: Verificar as funções de usos e costumes de determinada cultura que levam a uma identidade cultural.





REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

B.Angel,Espina Barrio. Manual de Antropologia Cultural.Pernambuco: Editora Massangana,2005.

MELLO, Luiz Gonzaga de. Antropologia Cultural-Iniciação,Teoria e Temas.Rio de Janeiro: Editora Vozes, 2008.

PELTO, J. Pelto.Iniação ao Estudo da Antropologia. Rio de Janeiro:Zahar editores,1977.



CULTURA

ETIMOLOGIA: Deriva-se do verbo latino “colere”, que significa “cultivar”, criar, “honrar”, “tomar conta” e “cuidar”.
Foi empregada inicialmente no final do século XI, para indicar o cuidado dos homens com os deuses (culto); Bem como o cuidado dos homens com a natureza (agricultura).

  • Século XI, os humanistas ( Renascimento) passaram a empregá-la no sentido figurado de cultivo de espírito, exprimindo a ação de desenvolver a capacidade intelectual e de aprimorar as qualidades naturais dos homens.
  • Apartir, os iluministas associaram a cultura das Artes, ciências e Letras à idéias de cultivo do espírito.
  • Em 1871 Edward B. Tylor publicou uma obra, cultura primitiva, definia cultura como: “Este todo complexo que inclui os conhecimentos; As crenças religiosas; A arte, a moral, o direito, os costumes e todas as outras aptidões e hábitos que o homem adquirem como membro da sociedade”.
  • No século XX (ínicio) autores como Franz Boas e seus discipulos: Kroeber, Loewie, Wissler inauguram por assim, dizer o Relativismo Cultural – rejeitando toda forma de comparação de superioridade e inferioridade entre as culturas.


Alguns conceitos, para melhor esclarecimento, serão apresentados, e com diferentes abordagens.

Para Ralph Linton (1936), a cultura consiste “Na soma total de idéias, reações emocionais condicionadas a padrões de comportamentos habitual que seus membros adquiriram por meio da instrução ou imitação e de que todos, em maior ou menor grau, participam”.

Franz Boaz (1938) define cultura como “ a totalidade das reações e atividades mentais e físicas que carecterizam o comportamento dos individuos que compõem um grupo social...”

Malinowski (1944), conceitua como “ o todo global consistente de imprementos e bens de consumo, de cartas constitucionais para os vários agrupamentos sociais, de idéais e ofícios humanos, de crenças e costumes”.

Herkovits (1948), “ a parte do ambiente feita pelo homem”.

Para Félix M. Keesing (1958), a cultura é “ comportamento cultivado, ou seja, a totalidade da experiência adquirida e acumulada pelo homem e transmitida por apredizado social”.

Clifford Geertz (1973) propõe: “ a cultura deve ser vista como um conjunto de mecanismos de controle – plano, receitas, regras, instituições – para governar o comportamento”.


Pelo visto, o conceito de cultura varia no tempo, no espaço e em sua essência. A cultura, portanto, pode ser analisada, ao mesmo tempo , sob vários enfoques: idéias ( conhecimento e filosofia ); crenças ( religião e superstição ); normas ( costumes e leis ); atitudes ( preconceito e respeito ao próximo ); padrões de conduta (monogomia , tabu ); abstrações de comportamento (símbolos e compromissos); técnicas ( artes e habilidades ) e artefatos ( machados de pedra, telefone ).






REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

B.Angel,Espina Barrio. Manual de Antropologia Cultural.Pernambuco: Editora Massangana,2005.

FREYRE, Gilberto. Sobrados e mucambos. São Paulo: Editora Global, 2004.

MELLO, Luiz Gonzaga de. Antropologia Cultural-Iniciação,Teoria e Temas.Rio de Janeiro: Editora Vozes, 2008.

PELTO, J. Pelto.Iniação ao Estudo da Antropologia. Rio de Janeiro:Zahar editores,1977.

KÄISER, Lothar. Diferentes Culturas. Londrina: Editora Descoberta,2004.

SIEPIERSKI, Carlos Tadeus. O sagrado num mundo em transformação. São Paulo: Edições ABHR, 2003.


















CLASSIFICAÇÃO DA CULTURA

A cultura pode ser classificada de diversas maneiras: Material ou imaterial (não material, espiritual ), real ou ideal.

  • CULTURA MATERIAL.Consiste em coisas material, bens tangíveis, incluindo instrumentos, artefatos e outros objetos materiais; Abrange produtos concretos, técnicas, construções, normas e costumes que regularizam seu emprego.

Ex: machados de pedra, vasos de cerâmica, alimentos, máscaras, vestuários, habitações e etc.

  • CULTURA IMATERIAL. Refere-se a elementos intangíveis da cultura, que não têm substância material. Entre eles encontram-se crenças, conhecimentos, hábitos, valores e etc.







  • CULTURA REAL. É aquela em que, concretamente, todos os membros de uma sociedade praticam ou pensam em suas atividades cotidianas.

  • CULTURA IDEAL.Consiste em um conjunto de comportamentos que, embora expressos verbalmente como bons, perfeitos, para o grupo, nem sempre são frequentemente praticados.



COMPONENTES DA CULTURA



De modo geral, a cultura se constitui dos seguintes elementos: conhecimento, crenças, valores, normas e símbolos.


  • CONHECIMENTOS.São transmitidos de geração em geração. Geralmente são práticos. Engloba também aspectos referente à organização social, à estruturamde parentesco, aos usos e costumes, às crenças, às técnicas de trabalho tc.
  • CRENÇAS.Crença é a aceitação como verdadeira de uma proposição comprovada ou não cientificamente. São três os tipos de cernças:

    1. PESSOAIS: As proposições são aceitas por um indivíduo como certas independente dos demais.”
    2. DECLARADAS.As proposições que uma pessoa aparenta aceitar como verdadeiras, em seu comportamento público e que as menciona apenas para defender ou justificar suas ações perante os outros.
    3. PÚBLICAS. As proposições que os membros de um grupo concordam, aceitam e declaram como crenças comuns,”



  • VALORES. É empregado para indicar objetos e situações consideradas boas, desejáveis, apropriadas, importantes. Além de expressar sentimentos, o valor incentiva e orienta o comportamento humano.



EXEMPLOS DE VALORES:

  • DOMINANTES: Liberdade de expressão, de religião, de direito à vida;
  • SECUNDÁRIO: Servir café às visitas, agradecer cartões de Boas Festas.


  • NORMAS. Normas são regras que indicam os modos de agir dos indivíduos em determinadas situações. Consiste, pois, em um conjunto de idéias, de convenções referentes àquilo que é próprio do pensar, sentir e agir em dadas situações.

As culturas são constituidas de um tipo de conduta que ocorre com maior ou menor ou menor frequência; Há dois tipos de normas compreendidas em uma cultura: as ideais e as comportamentais.

  1. NORMAS IDEAIS: aquelas que os membros de uma sociedade deveriam praticar ou dizer, em dada situação, acatando as regras estabelecidas pela cultura. Representam os deveres e desejos de uma cultura particular.
Exemplo: enterrar ou cremar os mortos.

Para Beals e Hoijer, podem ser classificadas em cinco categorias:

  • OBRIGATÓRIAS: não se pode fugir a elas;
  • PREFERENCIAIS: um modo de comportamento mais valorizado do que outro;
  • TÍPICAS: quando, entre vários modos de comportamento aceitáveis, um deles é mais usado;
  • ALTERNATIVAS: quando são aceitos diferentes modos de conduta, sem que haja diferença ou valoração ou de frequência de uso;
  • RESTRITAS: formas de conduta aceitas apenas por alguns membros da sociedade.

  1. NORMAS COMPORTAMENTAIS: São os comportamentos reais dos indivíduos, em determinadas situações, que fogem às normas ideais.





SÍMBOLOS. Símbolos são realidades físicas ou sensoriais às quais os indivíduos lhes atribuem valores ou significados específicos.









REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

B.Angel,Espina Barrio. Manual de Antropologia Cultural.Pernambuco: Editora Massangana,2005.

FREYRE, Gilberto. Sobrados e mucambos. São Paulo: Editora Global, 2004.

MELLO, Luiz Gonzaga de. Antropologia Cultural-Iniciação,Teoria e Temas.Rio de Janeiro: Editora Vozes, 2008.

PELTO, J. Pelto.Iniação ao Estudo da Antropologia. Rio de Janeiro:Zahar editores,1977.

KÄISER, Lothar. Diferentes Culturas. Londrina: Editora Descoberta,2004.

SIEPIERSKI, Carlos Tadeus. O sagrado num mundo em transformação. São Paulo: Edições ABHR, 2003.

“... que a educação deveria ser, na vida dos alunos, uma experiência transformadora que desenvolvesse a criatividade, dando a cada um condições de se libertar da opressão social...”(Florestan Fernandes)



O professor como mediador do conhecimento se depara ao organizar suas atividades para sala de aula, questões de três ordens: como o conhecimento é construído (questão epistemológica); como fazer suas transposições didática (questão metodológica) como atualizar o currículo para dar conta dos termos da atualidade (contemporaneidade do conhecimento escolar).
Discorrendo sobre esta temática, ressaltamos que as atividades escolares precisam modernizar-se. Em pleno século XXI, as atividades educacionais (métodos de ensino, avaliação da aprendizagem e outros) praticadas nas escolas públicas, particulares e até em universidades, são extremamente rudimentares e obsoletas. Há uma necessidade de conscientização com relação a quebrar aquelas posturas “consagradas”, de aulas expositivas, conteúdos seqüenciados, onde o aluno é o ilustre “ausente”.
O despreparo profissional e a de recursos de materiais didáticos, não justifica a concepção de alguns docentes de que, o aluno é um recipiente vazio que poderá gradualmente encher com o que quer, nesta relação de poder, muitas vezes muitos professores fazem uso de ameaças, imposições e até de pressão psicológica.
O modelo que temos hoje da academia e das chamadas posturas tradicional de ensino, conforme a historiografia foi criada para a elite, para burguesia, com o objetivo de formar a classe dominante e manifestar a classe dominada. Segundo Paulo Freire, nós precisamos romper com essas posturas consagradas.
O aluno precisa ser ensinado a pensar, mesmo que o seu pensamento não esteja em harmonia com a do seu mestre. Em 1964, a reflexão e a expressão oral ou escrita foi suprimida ou bitolada a um sistema. Não havia liberdade de expressão, e o “cidadão” deveria ser obediente e bem comportado. Teriam que seguir e cumprir com a cartilha da ditadura militar. Ainda hoje, muitos educandos estão sofrendo de práticas didáticas que reportam ao período em que não havia liberdade de expressão. Se utilizam muitas vezes na sala de aula, de artifícios duma pedagogia imperialista que coage os alunos as vezes com provas, ameaças e autoritarismo, um modelo indubitável de um representante do sistema da burguesia. Centralizam o comando da educação, o futuro dos educandos, nele, pois ele poderá, excluir, elaborar as questões da avaliação, aprovar ou reprovar conforme o seu critério.
Há uma fala que diz: “já que o professor decide as provas como ele quer, eu decido colar como eu quero”. Isto retrata bem, como fica frágil à relação professor / aluno, não havendo clima favorável a aprendizagem.
O educando deve ser compreendido e considerado como ser integral, pertencente a um meio social, político, histórico e religioso, com suas experiências e potencialidades que precisa ser desenvolvida no decorrer da sua existência.
O educador é um terapeuta responsável pela formação da identidade, do educando. Ele é o organizador das experiências do educando, e está engajado no sentido de levar os educandos a quebrar os paradigmas entranhados nas suas vidas.





















BIBLIOGRAFIA


1. BAGNO, Marcos. Pesquisa na escola. Editora Loyola, 7ª edição, São Paulo,
2001.

2. FALZETTA, Ricardo. Escola. Editora Abril, edição 189, São Paulo, 2006.

3. MATOS, Maria Eliana. Coleção Professor Paulo Freire. Editor: Secretaria de
Educação e Esportes, 1ª edição, Pernambuco, 1998.

Como saber se estou contextualizado ou mundanizado?



APRESENTAÇÃO




Nos dias atuais, muitos “cristãos” no afã de conquistar o mundo, modifica os conteúdos da mensagem do evangelho tornando-a mais “aceitável”. E aí sem ponderar os meios para ganhar almas para Cristo tornam-se mundanos.
Tornou-se muito comum se ouvir falar em blocos carnavalescos “evangélicos”, arraial junino “cristão”, ficar gospel e tantos outros neologismos.
Até onde posso ir em minha contextualização?
Como seria se Jesus vivesse nos dias atuais?
Por onde ele andaria?
Que mensagem ele apresentaria?
Você conhece a fórmula ESPQFJ?

E – EM
S – SEUS
P – PASSOS
Q – QUE
F – FARIA
J – JESUS?




CONTEXTO HISTÓRICO
 
TEXTO: I Co 9:20;22. "Procedi, para com os judeus, como judeu, a fim de ganhar os judeus;para os que vivem sob o regime da lei, como  se eu mesmo assim vivesse, para ganhar os que vivem debaixo da lei, embora não esteja eu debaixo da lei".
I Co 9:22 " Fiz-me fraco para com os fracos, com o fim de ganhar os fracos.Fiz-me tudo para com todos, com o fim de, por todos os modos, salvar alguns."




A capital comercial da Grécia, Corinto, era a quintessência da sofisticação metropolitana na região1. Atenas era o centro da vida acadêmica, mas o Corinto prático gostava de pensar que eles, também, estavam em dia com as últimas idéias. A prostituição no templo era um grande negócio no templo de Afrodite (deusa do amor). Rua abaixo estava o templo de Esculápío, o deus da cura. De fato, mesmo décadas depois, após todos os doze templos pagãos terem sido convertidos em igrejas em Corinto, o templo da cura continuava a ser freqüentado. A cidade de Corinto abrigava judeus, gregos e romanos. Portanto, havia uma miscigenação de raças e de cultura2.
ANALISANDO O TEXTO

O que Paulo queria dizer? Seria adaptar o evangelho ao gosto do auditório? Sacrificar a mensagem do evangelho para alcançar almas? Pode tudo em nome no evangelho? Não! Paulo falava de sacrifício pessoal, de contextualizar a linhagem, o comportamento para alcançar almas para Cristo. Desistiria de tudo e até mesmo se tornaria um “escravo para com todos” – se isso contribuísse para a propagação do evangelho não-adulterado3. Portanto, ganhar os outros para Cristo era o alvo de Paulo. Para fazer isso, ele estava disposto a desistir de direitos e privilégios, de sua posição, seu cargo, sua subsistência, sua liberdade e, em última análise, até de sua própria vida. Se resultasse na difusão do evangelho, Paulo não reivindicaria direitos, não faria exigências, não insistiria em privilégios. Ele não modificaria a mensagem para se ajustar ao mundo, mas se comportaria de tal forma que jamais seria por si mesmo, um obstáculo a impedir que alguém ouvisse o evangelho e compreendesse a mensagem de Cristo. Paulo não falava de mundanizar, e sim de contextualizar. Vejamos a diferença entre mundanizar em contextualizar:

Contextualizar – significa integrar num contexto, numa situação na qual algo ocorre ou se insere4.

Mundanizar – incorporar em sua vida, tudo o que visa diminuir, apagar a comunhão com Deus. Ser moldado pela a busca do prazer acima de qualquer coisa5.

Como acontece a mundanização? Observe o relato abaixo com a experiência com as rãs: se colocarmos as rãs em um caldeirão de água quente, elas imediatamente pulam para escapar; porém, se as colocarmos na água fria e fizermos o aquecimento lento e constante da água, elas não se apercebem e acabam morrendo cozinhadas. É exatamente isso o que ocorre conosco, se não tomarmos as devidas providências!
Na linguagem bíblica passa-mos “a nós conformar com o mundo” Rm 12:2 1Rs 11:1-8;

TORNAMOS INSENSÍVEIS
É um dos resultados direto, não nos incomodamos mais com a injustiça social, com o sofrimento das pessoas, com o aumento da prostituição e tantas outras tragédias que afligem a sociedade. Ficamos insensíveis, amortecidos, indife-rentes e nada que não seja nós mesmos e não traga nosso bem estar nos incomoda. Veja se esses fatos lhe incomodam?

  • Em 1999 mais de 30 mil meninas de até 14 anos ficaram grávidas.

  • Segundo os dados da O. M. S. (Organização Mundial de Saúde) são provocados cerca de 50 milhões de abortos no mundo. No Brasil, estima-se que são provocados de 1,5 a 3 milhões por ano. Cerca de 440 mil mulheres precisam ser internadas por complicações do aborto e 1.500 morreram em 1994 em conseqüência do aborto.

  • Gravidez na adolescência – Brasil 1 milhão por ano dão a luz, no mundo 13 milhões (15 – 19 anos), ou seja, vivem em

  • 46.4milhões de pessoas no Brasil estão abaixo da linha da pobreza, ou seja, vivem em situação de miséria extrema.

  • O contexto brasileiro
O Brasil é um país místico, obcecado com o sobrenatural, considerado hoje o maior país espírita do mundo, com cerca de 5.500 centros espíritas espalhados pelo território nacional6. O culto de terreiro ligado ao culto afro é ainda muito maior.

  • Em 22 de março de 1993, o jornal O Globo informou que Brasília abriga 2.563 casas de candomblé e umbanda. O artigo trazia ainda uma lista de políticos que estão sempre em busca da ajuda dos orixás, tais como: Humberto Lucena, Esperidião Amin, José Sarney, Antônio Carlos Magalhães e vários outros7.

TORNAMOS ALIENADOS

A alienação da juventude tem sido uma das características de nossa geração. Não nos importamos com nada! Isto acontece com você? Veja se a afirmação abaixo reflete seu pensamento:
  • Não tenho opinião e não sei o que a Bíblia diz quanto à pena de morte, greve, aborto, clonagem a muitos outros assuntos. Isso não me importa!

PONTO PARA REFLEXÃO

    • Até que ponto dá para atender as exigências da moda?
    • Até que ponto é apenas cultural e a partir de que ponto é sensual?
    • Como ser luz no mundo, sem deixar que as trevas ofusquem o nosso brilho?
    • O que você acha do ficar “gospel”?
    • O que você acha de campo de nudismo “cristão” de casa noturna “evangélica”?
    • Estamos alcançando o mundo ou mundo está nos alcançando?
Um dos maiores desafios à contextualização cristã, é o crescimento “numérico” da igreja.
De acordo com a World Evangelization Crusade, o crescimento ainda é espantoso. Entre 1960 e 1970 o crescimento evangélico foi de 77%; entre 1970 e 1980 de 155%8.
A população evangélica no Brasil vem crescendo vertigino-samente. Já somos a terceira maior população evangélica no mundo. Com esses dados estáticos, os brasileiros se envaidecem. Torna-se uma faca de dois gumes. Começa a surgir os cristãos nominais, dificultando ainda mais o processo de contextualização.
O segredo da contextua-lização cristã é estar ancorado na rocha, é assumir Jesus em seu viver. Para que a igreja cresça numericamente e qualitativamente é necessário atentar para as seguintes condições:

A PRIMEIRA

Reforma: Definição – é a recupe-ração da verdade bíblica que leva à purificação de nossa teologia. Envolve a redescoberta da bíblia como juiz e guia de todo pensamento e ação.
Um paradigma bíblico extraído do antigo testamento. 2 Rs 22.11-13; 23.21-25.
A SEGUNDA

Reavivamento: É a aplicação da verdade da reforma à experiência humana. Pode ocorrer com pessoas isoladas, fazendo com que indivíduos se separem da apatia geral. Ou pode ocorrer em maior escala alterando radicalmente a face espiritual de toda uma igreja.


BIBLIOGRAFIA



ARAÚJO, de Paulo Andrade. Apostila – Exegese Gramatical e Teológica de 1 Corinto 11:5. p. 5.
ARGÜELO, Luís Alberto Díaz. Carvalho, Agnaldo Faissal J. e outros. Lições Bíblicas Dominical Jovens – Desafio da Contextualização. São José dos Campos – SP: Editora Cristã Evangélica, p. 8.
FERREIRA, Jailson. Pereira, Robson e outros. Lições Bíblica Dominical Jovens – O Desafio do Mundo pós-moderno. São José dos Campos – SP: Editora Cristã Evangélica, p. 16.
GOLDIM, Ricardo. O que os evangélicos não falam. Minas Gerais – MG: Ultimato p. 26.
JR, John F. Macartur. Com vergonha do evangélico – Quando a igreja se torna como o mundo. 1ª edição em português, São José dos Campos – SP: Editora Fiel 1997.
HORTON, Michael Scott. Religião de Poder – Igreja sem fidelidade bíblica e credibilidade no mundo. 1ª edição, São Paulo – SP: Editora Cultura Cristã 1998.
ROMEIRO, Paulo. Evangélicos em crise – Decadência Doutrinária na Igreja Brasileira, 4ª edição. São Paulo – SP: Editora Mundo Cristão. 1999.
1 Horton, Michael Scott. Religião de Poder – A igreja sem fidelidade bíblica e sem credibilidade no mundo. 1ª edição, São Paulo – SP: Editora Cultura Cristã 1998.

2 Araújo, de Paulo Andrade. Apostila – Exegese Gramatical e Teologia de 1 Corinto 11:5, pág 5.

3 Jr, John e Marcartur. Com vergonha do evangelho – Quando a igreja se torna como o mundo. 1ª em português, São José dos Campos – SP: Editora Fiel 1997.

4 Ferreira, Jailson. Pereira, Robson Costa e outros. Lições bíblica dominical jovens – O Desafio da contextualização. São José dos Campos – SP: Editora Cristã Evangélica – Pág 8.

5 Arguelo, Luís Jovens – O desafio do mundo pós-moderno. São José dos Campos – SP: Editora Cristã Evangélica, Pg. 18.

6 Romero, Paulo. Evangélicos em crise. Decadência doutrinária na igreja brasileira. 4ª edição. São Paulo – SP: Editora Mundo Cristão 1999.

7 Jornal O Globo. (22 de março de 1993) p. 4

8 Goldim, Ricardo. O que os evangélicos não falam. Minas Gerais – MG: Ultimato. P. 26.

ANÁLISE DO FILME “DESMUNDO”


O filme é riquíssimo no aspecto didático, ele poderá ser utilizado para enfocar temas específicos e polêmicos da disciplina(História), bem como auxiliar no sentido interdisciplinar, já que envolve outros temas que poderão ser trabalhados em outras disciplinas.
Diversos temas poderão ser extraídos do filme, tais como:
  • O Brasil no período colonial
  • A relação do Estado português com respeito aos órfãos
  • A mulher na visão da sociedade portuguesa
  • O conceito de matrimônio
  • A história do dote
  • O incesto
  • Violência sexual
  • Habitações
  • As condições de higiene
  • A maternidade
  • A comunicação naquela sociedade
  • A catequização dos índios.

No período colonial, os portugueses estavam se prostituindo com as índias, aqui no Brasil. A igreja católica elaborava uma alternativa para preservar a elite branca (portuguesa).
Enviar para o Brasil de seus orfanatos, mulheres para casar com os colonos.
Quando uma jovem mulher perdia pelo menos seu pai, se tornava para o estado português órfã e passava a ser filha do estado. O estado tornava-se responsável pelo seu futuro e era seu detentor da vida e da morte. Isto retrata bem a questão da relação de poder.
Naquela sociedade a mulher tinha a função apenas para reprodução. E reprodução da elite portuguesa. As mulheres também deveriam submissão total aos homens.
O conceito de matrimônio naqueles dias, era bastante vago; pois o casamento era forçado e os nubentes nem se conheciam até o casamento, na maioria das vezes.
O casamento estava atrelado ao dote. Pois, sem ele não havia casamento. O dote variava de acordo com as condições de cada um. Se a família não tivesse condições, o estado português custeava-o. aqui temos a relação de poder. Alguns pagavam o dote de vários meios, com objetos, bens (vacas, cavalos...) dentre outros.
O filme aborda na questão muito polêmica, sobre a violência sexual. As relações sexuais era um verdadeiro estupro. A satisfação feminina não fazia parte da educação sexual daquela sociedade, a mulher era objeto do prazer masculino e da reprodução. Discorrendo ainda nesta análise, o filme enfatiza a relação incestuosa que era bem peculiar daquele contexto. Fica ratificado no discurso do padre sobre a relação do colono com sua mãe.
Outro ponto importante, que vale salientar em desmundo, é o conflito entre os padres e os colonos, era uma constância, pois o escravo era uma mão-de-obra barata que dava bastante lucro.
Sobre as habitações destacamos algumas características: quase não havia janelas e era no interior das casas bastante escuro. Algumas explicações são levantadas em torno do assunto; as casas ficavam localizadas em áreas rodeadas por escravos que poderiam se revoltar e invadir aquelas habitações, e também possíveis epidemias que poderia ser transmitida pelo vento.
As condições de higiene era as mais precárias possíveis, é retratados através das condições de banho, acomodação, alimentação, etc.
A comunicação daquela sociedade era bastante tensa e se comunicavam muito por meio de gestos(comunicação gestual). Isto fica exemplificado, através do olhar da mulher (Antonia) no filme, que denotava para seu marido "sensualidade", pelo fato de ter fixado em outro homem seu olhar.
Em relação à maternidade, algumas mulheres naquela época já eram preparadas para exercerem atividades de parteiras e havia todo um ritual com relação ao assunto. Os padres jesuítas através de seus discursos moralistas e preconceituosos mudaram os costumes dos índios e começaram um processo de catequização transformado também os conceitos religiosos dos nativos. Costumes, hábitos, a cultura de um povo. Para os padres a sua cultura era perfeita e superior. Os índios eram obrigados a abraçar todo um processo de aculturação. A "cultura superior" era dos brancos. O etnocentrismo era um sentimento cultivado pela elite dominante.

INTRODUÇÃO AO LIVRO DE JÓ (O Problema do Sofrimento)

APRESENTAÇÃO



"Por que sofrem os justos, se Deus é um Deus de amor e misericórdia?"
Este trabalho tem por objetivo mostrar a importância em conhecer a história de Jó, pois é uma das mais comoventes da Bíblia. Nela descobrimos a origem e a finalidade dos sofrimentos. Ensina claramente a soberania divina e a necessidade humana de reconhecê-la.
A história de Jó tem sido um motivo de consolação para os que sofrem. Não se trata de um mito, e sim de um fato real que serviu de referência para os outros autores bíblicos, como Ezequiel (Ez. 14.14) e Tiago (Tg. S. 10, 11).
E, indubitavelmente, ao concluir esta pesquisa estaremos mais informados que há sofrimentos que não são conseqüência de pecados cometidos pela pessoa, mas que são permitidos por Deus para fortalecer a nossa fé, revelar o verdadeiro caráter cristão e depurá-lo.

INTRODUÇÃO



O maior exemplo de sofrimento na Bíblia é o de Jó. Homem materialmente próspero, sincero, reto e temente a Deus, predicados de fazer inveja aos arautos da doutrina da prosperidade. No entanto, ele é a maior prova de que o crente pode experimentar o sofrimento e perder todos os seus bens sem que esteja amaldiçoado, como insinuaram os seus amigos e apregoam alguns que em tudo vêem pecado, maldição e rebeldia contra Deus.

Jó não contou sequer com o apoio da esposa, que, olhando sob a ótica humana, não entendia a razão de tamanha dor.

Ele permaneceu fiei, ainda que não soubesse que por trás de tudo Deus contendia com o Diabo para provar a sua fidelidade. Para Jó, sofrimento; para Deus, prova de sua absoluta confiança no patriarca.

Muitos acham que quando Deus não cura é simplesmente falta de fé (teologia da prosperidade). Mas a palavra de Deus ensina o contrário. A fé aceita a cura, mas também produz segurança para passar pelo vale da sombra da morte, se esta for à vontade de Deus. Sabendo-se que até os fios de cabelo de vossa cabeça está sob a potente mão de Deus.









AUTORIA E TÍTULO


A etimologia do nome de Jó é um tanto incerta. Conforme JUNIOR, Gleason L. Archer "deríva-se do hebraico 'lyyõb', que significa provavelmente 'voltar' ou 'arrepender-se', ou ainda' quem volta para Deus".

Esta interpretação é baseada no árabe abã, "arrepender-se", ou "voltar para trás". A ortografia árabe do nome seria awwãbun.

Outra etimologia possível para SILVA, José Apolônio da (1986:13) 21 edição: "ãyeb, que significa 'odiar', 'estar em inimizade, ou objeto de inimizade" (segundo o autor Lexicon de Brown - Driver - Briggs).

Autor

O texto desse livro não indica o seu autor, e não há nenhuma tradição consistente quanto ao compositor desta obra, nem sequer nos círculos rabínicos.

Conforme MEARS, Henrietta C. (1991:32) 31 edição: "A tradição judaica admite Moisés como seu autor, e afirma que ele o escreveu quando estava em Midiã, pois este país limitava-se com a terra em que Jó residia"

De acordo com ELLISEN, Staniley A. (2000:151): "Não podemos afirmar que foi Moisés nem Salomão, Elifaz ou Bildade. O que importa, é que os ensinamentos do livro são obras magníficas e esplêndidas de um grande filósofo e poeta".

Cenário Histórico


Data dos acontecimentos registrados - período patriarcal

1) Como algumas vezes os acontecimentos de Jó são questionados quanto à sua base histórica, vejamos as razões fundamentais para manter a sua historicidade:

a) Jó é identificado como habitante de Uz, e não de um lugar fictício (1.1);
b) a Palavra de Deus através de Ezequiel e Tiago refere-se várias vezes à historicidade de Jó, bem como de Noé e Daniel (Ez. 14.14,20; Tg. 5.11);
c) ele está incluído entre os "justos e pacientes". Não é uma pessoa imaginária como pensam alguns racionalistas. Sendo as escrituras a Palavra de Deus, todos os argumentos contrários são sem valor (Mt. 24.35).

2) O cenário patriarcal dos acontecimentos (entre Abraão e Moisés) é geralmente aceito devido às seguintes considerações:

a) O chefe da família que oferece sacrifícios, ao invés dum sacerdócio oficial, indicaria uma época pré-mosaica;
b) o livro indica um tipo de organização patriarcal de famílias e clãs que faz lembrar a época de Abraão muito mais do que as condições após o êxodo;
c) a citação de qesitah (hebraico) como valor em dinheiro (Jó 42.11) sugere uma data que remonta até no mínimo Josué (cf. Js. 24.32), ou talvez o período dos patriarcas (cf. Gn. 33.19).



AS CATÁSTROFES DE JÓ

Para RYRIE, Charles Caldwell (1991:191) 11 edição: "As catástrofes que ocorreram tinha como objetivo expor os verdadeiros motivos pelos quais Jó servia a Deus, que Satanás alegava serem egoistas".

O personagem em questão era o maior de todos do Oriente, possuía 7.000 ovelhas, 3.000 camelos, 500 juntas de bois e 500 juntas de ovelhas. Além disso, tinha Jó uma vasta criadagem a seu serviço (cf. Jó 1.3).

Segundo SOARES, R. R. (líder da teologia da prosperidade): "A riqueza é um sinal das bênçãos divinas, se há lucro é porque tudo está bem, e havendo contratempos e prejuízos, é porque há pecado e julgamento". Ou seja, sofrimento e derrota.

Nem sempre a prosperidade material é sinal de que há um relacionamento direito para com Deus. Jacó, enganando seu sogro no caso das ovelhas prosperou muito (Gn. 30.37-43).

Para RYRIE, Charles Caldwell (1991:187) la edição: "Jacó colocou ramos parcialmente descascados de certas árvores em frente dos bebedouros para estimular os animais à atividade produtiva reprodutora. Jacó, pastor experiente, também praticou reprodução seletiva (Gn. 30.40-42)" Atribuiu, todavia, a sua prosperidade à intervenção de Deus (cf. 313,9).

No caso de Jó, suas qualidades eram invejáveis, pois ele era: temente a Deus desviava do mal e era íntegro.

Porém, de repente a tempestade desabou sem qualquer aviso. Foi uma série de golpes tão rápidos que mal um ocorria logo um outro se lhe sucedia.

Jó na Adversidade

Ao ter a retidão apontada por Deus, Satanás disse que se devia ao fato de ele possuir bens materiais, os quais, se fosse tirado, ele logo blasfemaria de Deus. Jó perdeu toda a sua riqueza (Jó 1. 12).

  • Os sabeus: beduínos nômades que viviam na região de Uz e ao sul mataram os servos de Jó e lavaram os bois (Jó 1.15);

  • os caldeus: levaram os camelos de Jó (1.17);

  • um raio (1.16);

  • um grande vento da banda do deserto, derrubou a casa em que se encontrava seus filhos, morrendo todos (1.18,19). Nem bem havia descansado das informações da perda dos bens materiais, logo chegou a péssima notícia da morte de todos os seus filhos. Tais acontecimentos não levaram Jó a blasfemar contra Deus. Ele adorou a Deus (1.21).




Perda da Saúde Física (Jó 2.1-17)

Deus apontou a Satanás a justiça inalterada de Jó diante dos fatos ocorridos, ao que o acusador disse que isso se devia à saúde física que ele possuía (cf. v.6),

A Bíblia não diz o nome da enfermidade, e que de acordo com SILVA, José Apolônio da (1986:15) 2a edição: “... seria uma espécie de úlcera, que geralmente resultava em morte". O que sabemos é que ele foi ferido de uma chaga maligna por todo o corpo.

Para RYRIE, Charles Caldwell (1991:193) 1ª edição: “... seria algum tipo especialmente maligno de câncer ou elefantíase..." O que o registro sagrado revela é que a doença tinha vários sintomas:

  • toda a sua pele foi afetada (2.7);
  • sofreu de prurido generalizado (2.8);
  • foi acometido de intensas dores (2.13);
  • sua pele putrefata atraía vermes e acabava criando uma crosta e purulenta (7.5; 30.30)
  • sentia febre e dor nos ossos (30.17,30)

Segundo BICEGO, Valdir (1996) lições do 2º trimestre: "nem todos os males são de origem satânica",
Referindo-se às enfermidades a Palavra de Deus é categórica e nos apresenta, pelo menos quatro causas:

1) Para glória de Deus, como o cego de nascença que Jesus curou (Jo. 9. 1-7);
2) perturbação maligna, como a mulher encurvada, liberta por Jesus (Lc. 13.10-16); 3) por participação indigna na ceia do Senhor (I Co. 11.28-30);
4) provação, como foi no caso de Jó.

A Perda do Incentivo da Esposa

Conforme SILVA, José Apolônio (1986:16): "Parece que a esposa de Jó não era temente a Deus". Em todo o livro, uma única vez se faz referência a ela, sem mencionar seu nome.

Se não fosse as suas palavras de impiedade contra Deus e seu marido. A esposa de Jó, olhando, exclama: "Alguma coisa está errada. Sua religião é um fracasso. Amaldiçoa a Deus e morre". Esta é a voz do desespero. Esta, em vez de compartilhar com ele a perda de tudo, e ser solidária em sua doença, o incentivou a amaldiçoar Deus e morrer; ao que ele respondeu que ela falava como uma doida (2.9,10).

De acordo com MEARS, Henrietta C. (1991:34): "O companheirismo é importante para vitória do casal" Muitas vezes a natureza humana incentiva os homens, a serem incompreensíveis nos momentos da adversidade. No entanto, a Palavra de Deus recomenda-nos em Eclesiastes 4.9-12, o contrário.


Perda dos Parentes e Amigos

Diante de terrível situação em que Jó se encontra, tanto os parentes como os amigos afastaram-se dele (17.6; 19.13-19; 30.9-12). Nesta ocasião, seus amigos o cercaram com palavras que tentassem explicar a origem do seu sofrimento. Embora estes homens dissessem muitas coisas certas, não disseram a verdade completa.

Atualmente, existem os falsos de Jó, fazendo as mesmas críticas aos crentes fiéis quando estes sofrem. Podemos resumir em quatro pontos os discursos dos amigos de Jó:

  • Afirmam que o sofrimento é o resultado do pecado. Assim sendo uma pessoa estiver aflita, deve-se concluir que está em pecado;
  • a medida da aflição indica o grau de pecado. Argumentam que, sendo Jó o homem que mais sofria, devia ser ele o maior dos pecadores;
  • dizem a Jó que, se ele se arrependesse dos seus pecados, Deus lhe restauraria a felicidade;
  • admitem que algumas vezes os ímpios prosperam, mas que esta prosperidade é passageira, porém, a retidão divina permanece.

Conforme GILBERTO, Antônio (1986:34): "...se um dia viéssemos nos encontrar na situação de Jó, como seria o nosso comportamento? É fácil julgar os outros, mas é melhor que, enquanto temos tempo, façamos a nossa autocrítica".



A RESIGNAÇÃO DE JÓ


Jó deve servir de exemplo para todos nós. Tomemos o conselho de Tiago 5.11: "Ouvistes qual foi a paciência de Jó e vistes o fim que o Senhor lhe deu".

A prosperidade material de Jó foi destruída para provar a correção ou incorreção das insinuações satânicas acerca da sinceridade e da piedade de Jó.

Embora ele desconhecesse os motivos que levaram a perdas profundas, aceitou tudo como vindo da parte do Senhor. Conservou a sua fé viva em Deus (Jó 19.25,26), teve paciência (Tg. 1. 10, 11). Aceitou tudo com resignação, não pecando em coisa alguma contra o seu criador (Jó 1. 22; 2. 10).

Deus muda o cativeiro de Jó, proporcionando:

  • Restabelecimento da sua saúde (Jó 42.10);
  • restabelecimento de seus bens (42.10-12);
  • restabelecimento de seus filhos (42.13-15);
  • restabelecimento de seus amigos e parentes (42.11).






CONCLUSÃO





A visão linear da história faz com que o homem só enxergue no sentido horizontal e só veja o momento presente, não compreendendo, portanto, em que poderá resultar o sofrimento pessoal.

Ele não vê o tudo. Mas a visão de Deus é global. Ele vê o fim desde o princípio e sabe que mais adiante o sofrimento produzirá um peso de glória para aquele que o experimentou, mesmo que circunstancialmente não o entenda.

O sofrimento, para o cristão, tem como propósito exercitar a disciplina e moldar o seu caráter espiritual, assim como o ouro é refinado no fogo.

Vale salientar que, não foi Deus quem introduziu o sofrimento no mundo, como alguns na sua revolta afirmam, Há ocasiões em que sua origem poderá ser fruto de atitudes erradas, isto é, a lei da semeadura, ela é inexorável. O que se planta, colhe-se.

Uma outra fonte poderá ser um fruto da negligência, exemplificando: se alguém por descuido, resvalar no abismo, vai esborrachar-se no chão porque está infringindo a lei da natureza. E em determinadas circunstâncias pode ser uma intervenção de Deus para a manifestação da sua glória, o caso de Jó.














BIBLIOGRAFIA






JUNIOR, Gleason L. Archer. Merece Confiança o Antigo Testamento. 3ª edição. São
Paulo: Vida Nova, 1984.

MCNAIR, S. E. A Bíblia Explicada. 9ª edição. Rio de Janeiro: CPAD, 1987.

MEARS, Henrietta C. Estudo Panorâmico da Bíblia. 3a edição. São Paulo: Vida,
1991.

RYRIE, Charles Caldweli. A Bíblia Anotada. 1ª edição. São Paulo: Mundo Cristão,
1991.

SILVA, José Apolônio da. Síntese Bíblica do Velho Testamento. 2ª edição. Rio de
Janeiro: CPAD, 1986.